Licitações com cartas marcadas motivam “picaretas”; em Milagres deu polícia

As licitações com cartas marcadas estão proporcionando no Cariri uma enxurrada dos chamados “picaretas”. Eles cobram valores para desistirem das concorrências.

10/04/2019 | Madson Vagner | Cariri

As licitações com cartas marcadas estão proporcionando o fortalecimento de uma prática desprezível nas licitações do Cariri; uma verdadeira enxurrada dos chamados “picaretas” que pulando de município em município em busca de licitações das mais variadas modalidades e serviços. As empresas de fachada são usadas para extorquir empresas sérias que se dispõem a concorrer por capacidade técnica ou por apadrinhamento com os prefeitos.

Os chamados “toqueiros” cobram quantias em dinheiro para desistirem da disputa, deixando o caminho livre para os concorrentes marcados para ganhar ou com chances reais. Sem ninguém para coibir a prática, o número de toqueiros é cada vez maior e os prefeitos continuam como se nada estivesse acontecendo. É hora do Ministério Público e as policiais Civil e Federal, entrarem em campo. Tem muito a ser explicado sobre o surgimento dessa prática, que pode compromete os prefeitos.

Quadrilha organizada

No dia 29 de março, uma licitação de R$ 27 mil em Milagres reuniu cerca de 70 empresas interessadas em fazer o espetáculo da Paixão de Cristo. Ninguém imaginava que existiam tantas companhias de teatro no Cariri. Sem acordo diante de tantos concorrentes, a licitação acabou em bate boca, chegando quase as vias de fato. A confusão só diminuiu quando a polícia chegou para acalmar os ânimos.

Com a presença dos policiais a maioria dos “concorrentes” abandonaram a licitação. Uma rápida investigação revelou que uma caravana de, melo menos, 40 concorrentes chegaram de topique fretada apenas para a licitação. Eles vinham de Brejo Santo onde já haviam tumultuado outro pregão. Os “toqueiros” resolveram pregar o terror nas licitações como verdadeiras quadrilhas organizadas para arrancar dinheiro de empresas. Até quando?

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