
O prefeito eleito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), falou ao Jornal do Cariri, sobre os desafios da sua gestão, transição, empréstimo, propostas para o comércio e a relação com os governos federal e do estado. Glêdson avaliou que a eleição passou e que informou sobre uma reunião com o prefeito Arnon Bezerra e o deputado federal Pedro Bezerra, ambos do PTB, para discutir o Juazeiro do Norte.
A transição administrativa está em curso. Gledson indicou sete nomes para compor a comissão e espera apenas a publicação no Diário Oficial do Município. “O trabalho inicial, no sentido de solicitar informações e documentos de convênios, restos a pagar, folha de pagamento, já se iniciou […] e a tendência é ele se intensificar depois da sessão e publicação,” disse.
Como um dos principais desafios, Glêdson chama a atenção para informações de que há mais de R$ 100 milhões de restos a pagar. Para Glêdson, a transição vai orientar sobre as contas e analises, por exemplo, do saldo bancário e conhecer de fato o tamanho da dívida. Ele cita a crise no lixo com atrasos nos repasses a empresa responsável.
“A Aceni reclama um credito na casa dos R$ 8 milhões, as cirurgias eletivas não sendo realizadas no hospital São Lucas por que os médicos anestesistas reclamam pagamentos que não saem desde setembro. Enfim, a situação é preocupante,” destacou Glêdson, ao avaliar que a maior preocupação é a saúde financeira do município.
Sobre as ações para o comércio, a ideia é aquecer o setor. Capacitação, com parcerias com o terceiro setor e faculdades, deve ser uma das ações. “Por outro lado, a gente quer investir na geração do primeiro emprego […] investir no transito no sentido de orientar e educar para desafogar,” propôs, destacando a necessidade de desenvolver políticas de atração de pessoas.
Glêdson destacou que pretende rever a política de enfrentamento ao Covid-19, com relação ao fechamento do comércio. Ele avaliou que no início da pandemia o comércio fechou muito cedo, quando não existiam tantos casos; tudo tendo como base Fortaleza, que estava sob forte infecção.
Sobre a revitalização do centro da cidade, Glêdson disse que vai estender a padronização usada na praça Padre Cícero e seu entorno para todo o roteiro da fé para oferecer mais conforto aos turistas. “Vamos trocar o asfalto pelo piso intertravado,” disse, destacando que é preciso alargar vias, rever o tamanho das calçadas, ampliar a rede wi-fi e o sistema de monitoramento.
O prefeito eleito informou que usará o mesmo organograma da atual gestão. Segundo Glêdson, o número de secretarias está enxuto em relação a outras gestões. Ele vai dar seguimento ainda com a política de sinalização das vias e revitalização de praças no padrão da Padre Cícero.
Sobre o empréstimo de U$ 80 milhões de dólares, Glêdson disse que manterá a mesma posição. Para ele, é preciso compreender todos os detalhes do projeto. “Nesses dias, tive reunião com o deputado Pedro Bezerra, com o prefeito Arnon […] afim de fazer os devidos esclarecimentos sobre taxa de juros, amortização, disparada do dólar, avaliação da política cambial dos últimos anos que nos deem o mínimo de segurança para utilizar esses recursos,” explicou.
“Posso usar de R$ 1 real até os U$ 80 milhões todos, desde que a gente dialogue com a sociedade e explique para a população o que é este empréstimo,” disse. Glêdson garante que a crítica maior se deu como o projeto foi aprovado, sem uma explicação por parte da Secretaria de Finanças.
A relação com os governos do estado e federal, será de muita parceria garante Glêdson. Para ele, o município depende muito das verbas dos dois governos, portanto, não se dará ao “luxo” de levantar questões partidárias e ideológicas em detrimento do que interessa a cidade. Glêdson disse ter ligado ao governador Camilo Santana para reafirmar a necessidade que Juazeiro tem de contar com o apoio.