A Câmara de Juazeiro do Norte, realizou na sexta-feira (17), uma Audiência Público para debater a reforma da Previdência. O evento, solicitado pelo vereador Gledson Bezerra (PNMN), acabou se tornando um confronto de ideias entre movimentos de esquerda e direita do Estado do Ceará e da região do Cariri.
Ainda na abertura dos trabalhos, os deputados federais Pedro Bezerra (PTB) e Heitor Freire (PSL), presentes ao evento fizeram as explanações que serviram de base para o debate. Dividido entre favoráveis e contrários, outras de 20 intervenções fizeram o debate.
O deputado Heitor Freire falou sobre a necessidade da reforma. Para ele, não é algo do presidente Jair Bolsonaro, nem do PSL, seu partido. “FHC, Lula, Dilma e Temer, falaram de uma reforma na Previdência, mas não fizeram”. Segundo Heitor, os gastos estão controlados à custa de empréstimos do governo.
“O Brasil já não tem mais dinheiro e a forma do Bolsonaro ter dinheiro se a reforma não passar é emitir notas do tesouro, que vai aumentar a dívida pública; ou imprimindo mais moeda, que vai aumentar a inflação,” argumentou Heitor caso a reforma não passe.
Pedro Bezerra, alertou para o fato da discussão estar voltada aos grandes centros. “Isso me preocupa. Nós temos municípios que dependem de transferência de renda e aposentadorias. Eles dependem do estado para sua sobrevivência,” disse. O deputado defendeu mudanças no texto atual, depois de uma ampla discussão com a sociedade.
Além de Gledson, Heitor Freire e Pedro Bezerra, estiveram presente os vereadores Leroso, Rita Monteiro, Zé Barreto e Jaqueline Gouveia; Marcelo Alves, presidente do Sindicato dos Servidores de Juazeiro; Toinha, presidente do Sindicato dos Comerciários; os presidentes do PSL de Crato e Juazeiro, Érico Felício e Maria Silvani; o presidente do PCdoB, Germano Lima; e o coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) do Ceará, Carmelo Neto. Militantes do PSOL e PT também estiveram presentes.
Em sua fala, Marcelo Alves alertou que desde 2016 acontece a retirada de direitos dos trabalhadores e a seguridade social, em especial a Previdência, se insere nessa perspectiva. Para ele, é preciso debater a forma conceitual da reforma ao comparar a reforma proposta por Bolsonaro ao Chileno e “que vai condenar milhões de pessoas a morte”.
Carmelo Neto disse que se a reforma não passar vai faltar dinheiro para pagar os aposentados e o país vai quebrar. Ele admite que a reforma trará prejuízos aos trabalhadores, mas avaliou como necessária. Ele defendeu que a perspectiva de receber R$ 400 reais como aposentadoria, vai diminuir a miséria no país.
Apesar das tensões proporcionadas pelo debate, Gledson avaliou como positivo a audiência. Entre os pontos positivos, Gledson destacou a participação da população, representantes de sindicatos, associações, movimentos e partidos políticos. O resultado dos debates será enviado a todos deputados e senador da bancada cearense.