Crise na Polícia Militar motiva enfrentamento político em Juazeiro

A tensão causada pela paralisação da Polícia Militar em Juazeiro do Norte, acabou motivando o enfrentamento entre lideranças ligadas ao governo Camilo Santana (PT) e a oposição.

29/02/2020 | Madson Vagner | Cariri

A crise de segurança que se instalou em Juazeiro do Norte com a paralisação da Policia Militar (PM), que atingiu grande parte dos municípios do Estado, acabou motivando um enfrentamento político entre lideranças da oposição e da base do governador Camilo Santana (PT). O palco dos debates foram as redes sócias (whatsapp e facebook).

O vice-prefeito de Juazeiro, Giovanni Sampaio (PSD), e o coordenador do Grupo Direita Conservadora do Cariri, João Paulo, se revezaram entre defesas e críticas à política implementada pelo Governo a categoria. João Paulo articula uma oposição ao Governo e coordena a pré-candidatura do médico Mauricio Sampaio a prefeito de Juazeiro.

Além de vice-prefeito, Giovanni é pré-candidato a prefeito pelo grupo que compõe a base do Governo. Em carta aberta, Giovanni destacou sua surpresa com o movimento, já que, segundo ele, o governador Camilo foi quem mais prestigiou a tropa (PMs). Na carta, Giovanni fala em modernização dos equipamentos, mais de 11 mil promoções, realização de concursos e melhoria nas escalas de serviços.

Giovanni finaliza alertando sobre o perigo dos “interesses políticos”. “Faz discurso fácil, incita a insubordinação e não respeita a sociedade, a quem deveria protege-la,” diz. O movimento tem como um dos líderes no estado, o ex-deputado federal Cabo Sabino.

A carta foi rebatida por João Paulo em vídeo, feito na sede da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) de Juazeiro, onde está concentrado o movimento paredista. No vídeo, João Paulo rebate Giovanni mostrando a situação, segundo ele, precária das viaturas e desafia o vice-prefeito com palavras de cunho pessoal e familiar.

Cerca de 32 viaturas ficaram paradas no pátio do Ciops, com pneus esvaziados. Pelo menos, seis municípios aderiram ao movimento. Ainda no dia 20, os policiais do Raio de Crato, Juazeiro e Barbalha, aderiram à paralisação.

Em vídeo, divulgado logo após a publicação de João Paulo, Giovanni repudiou a atitude e garantiu que tomará as medidas judiciais contra o coordenador da Direita Cariri. João Paulo e policial militar da reserva e um dos coordenadores do movimento em Juazeiro. 

Esposa de um policial e uma das líderes do movimento em Juazeiro, Francineide Vieira falou ao Jornal do Cariri. Ela pontuou, entre outras reivindicações, a necessidade de um plano de saúde para os policiais. Francineide diz que os reajustes não acompanham a inflação e reclama da concessão em parcelas.

(Jornal do Cariri)

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