Integrante do núcleo duro do grupo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal cearense, Heitor Freira (PSL), confirmou a existência de um “gabinete do ódio” dentro do Palácio do Planalto. A informação foi revelada através de depoimento, em juízo, à Polícia Federal, no inquérito que investiga fake news.
No depoimento, Heitor Freire apontou nomes dentro da estrutura do governo e garantiu que o grupo “se especializou em produzir e distribuir fake news contra diversas autoridades, personalidades e até integrantes do STF”. Segundo o deputado, o grupo coordena a propagação dessas mensagens falsas ou agressivas com alcance nacional e regional.
As informações constam entre as argumentação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais, que resultou na operação da Policia Federal. Na ação, realizada nessa quarta-feira, 27, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra blogueiros, parlamentares e empresários, ligados ao Palácio do Planalto, no governo Bolsonaro.
Segundo o ministro, o gabinete coordenaria ações como a “disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às instituições democráticas, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.
Eleito em 2018 na “onda” bolsonarista, Heitor Freire, se distanciou da base, após o vazamento de uma conversa com Bolsonaro. Heitor negou que tivesse vazado a conversa, mas a explicação não convenceu os aliados mais próximos do presidente, que passaram a trata-lo como “traidor”. Atualmente, o deputado mantém a defesa do governo federal em sua atuação parlamentar, mas com atuação discreta.