
Após vencer, em primeira instância, duas das três Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), movidas pela base de oposição, durante a campanha de 2024, o prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), disse que vai se concentrar na defesa da segunda AIJE, em que foi condenado e teve recurso negado. O prefeito recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Somente na sexta-feira (1º), foram duas decisões proferidas pelo juiz Gustavo Henrique Cardoso, da 17ª Zona Eleitoral. Na primeira decisão, o magistrado julgou improcedente a AIJE que apontava abuso de poder político, através de uma suposta distribuição indiscriminada de cestas básicas, entregues clandestinamente a eleitores, pela Secretaria de Desenvolvimento Social.
Na segunda decisão, Gustavo Henrique negou recurso sobre decisão que cassou os mandatos de Glêdson e o vice Tarso Magno (PP), sob acusação de uso irregular de programas sociais, com a distribuição de óculos e aparelhos auditivos. O juiz rejeitou os argumentos da defesa, afirmando que os acusados tiveram chance de apresentar provas e que o processo seguiu corretamente. Foi aplicada uma multa de R$ 5 mil por entender que o recurso foi apenas para atrasar o andamento do processo.
Sobre a decisão, Glêdson disse estar confiante no julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Nós estamos muito confiantes de que vamos reverter a decisão negativa desta segunda AIJE, porque o Tribunal Regional Eleitoral tem demonstrado, nesta composição, julgadores garantistas; ou seja, que tem demonstrado respeito pela soberania do voto popular. Nós vencemos uma eleição em Juazeiro do Norte com mais 13 mil votos de diferença,” ponderou.
Questionado sobre o aumento dos gastos com programas assistenciais em ano eleitoral, Glêdson comparou Juazeiro com outros municípios do mesmo porte. “Quando se faz uma avaliação rápida no Portal da Transparência, a gente verifica que Juazeiro do Norte, ao todo, gastou em material de distribuição gratuita a quantia de R$ 4,4 milhões. Enquanto isso, em comparação com as quatro maiores cidades do interior, Juazeiro aparece bem abaixo. Em Caucaia houve um gasto de R$ 17 milhões, Sobral de R$ 22 milhões e Maracanaú na ordem de R$ 32 milhões,” comparou.
Ainda sobre o aumento nos gastos, o prefeito argumentou que o ano de 2023 foi atípico, em comparação com 2024. “O segundo semestre daquele ano (2023) foi terrível para os municípios. Tivemos queda nos repasses, de maneira tal que o presidente Lula enviou mensagem ao Congresso de socorro aos municípios,” e completou: “Em 2024, Juazeiro teve um ano normal. Recebemos os recursos, repasses e foram satisfatórios não só para Juazeiro, mas para todos os municípios do Brasil”.
O prefeito finalizou reforçando que os anos foram distintos e que em 2024 foi possível fazer mais entregas. “Mas mesmo com essas entregas, não tem um eleitor, sequer, nem nos altos e nem na vida real, dizendo que votou em Glêdson Bezerra e Tarso Magno porque recebeu um óculos, uma prótese, um aparelho auditivo ou uma cesta básica. Isso nunca existiu. E isso é o que mais nos magoa,” finalizou.