A conturbada relação da Justiça brasileira com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ganha mais um capítulo e fortalece o argumento de perseguição política. Mesmo tendo o direito de se despedir de parentes de primeiro grau, Lula foi impedido pela Justiça de estar presente no velório do seu irmão, Genival Inácio da Silva, o Vavá. O velório de Vavá acontece em São Bernardo do Campo, onde faleceu nessa terça-feira, 29, em consequência de um câncer.
Num jogo de empurra, a juíza Carolina Lebbos, responsável pela operação “Lava Jato” disse não ter condições de garantir a viajem do ex-presidente e solicitou manifestação da Polícia Federal (PF). Segundo juristas, a juíza poderia determinar que fosse cumprido o direito. Em resposta, a direção da PF disse não ter meios para fazer o transporte do ex-presidente. Alegou que helicópteros e pessoal da corporação estavam no socorro às vítimas de Brumadinho (MG).
REPERCUSSÃO. Para a direção nacional do PT, tudo não passa de perseguição do ex-juiz federal Sério Moro, hoje ministro da Justiça. A PF é subordinada ao ministério da Justiça. Já o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, se manifestou dizendo que era uma questão de humanidade levar Lula até o velório do irmão. A justiça espera um parecer do Ministério Público Federal para homologar a decisão.