O jornal Valor Econômico revelou nessa terça-feira, 21, detalhes de uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre sua sucessão. Segundo o jornal, durante reunião ministerial da segunda-feira, 20, Lula teria afirmado que, embora tenha a intenção de disputar a reeleição em 2026, não descarta a possibilidade de apoiar um sucessor.
A afirmação de Lula gerou apreensão entre aliados e na cúpula do PT, que temem a fragilização da aliança de centro-esquerda liderada pelo partido. O PT avalia não ter entre seus quadros uma liderança consolidada a ponto de assumir a candidatura no lugar de Lula.
Entre os nomes cogitados estão Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Camilo Santana (ministro da Educação) e Rui Costa (ministro da Casa Civil). Os três precisariam melhorar sua conexão com a população. Uma fonte ligada a cúpula do partido avalia, junto ao jornal, que “nenhum dos três está pronto” e que “sem Lula na chapa, será muito difícil atrair as forças de centro, mesmo que o governo esteja bem avaliado”.
Durante a reunião, Lula teria ponderado sobre fatores internos e externos que podem influenciar a decisão. Entre os fatores, questões relacionadas a saúde e cenários políticos. O presidente relembrou episódios recentes, como o incidente com seu avião ao retornar do México e uma queda doméstica que o levou a ser submetido a uma cirurgia.
Outro fator destacado por Lula para sua decisão, seria seu governo. Ele teria mencionado que sua candidatura dependerá também de aumentar sua aprovação e que seria necessário “melhorar as entregas” do governo para garantir força à chapa de 2026.
Em sua justificativa, Lula citou o caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que teria prejudicado a campanha de Kamala Harris, ao adiar a decisão de não concorrer à reeleição. Durante a reunião, Lula avaliou que “2026 já começou. Só ver o que vocês assistem na internet para ver que já estão em campanha”.