#exposed: denúncias de assédios em Fortaleza e Sobral pressionam investigação no Cariri

Motivada pela repercussão de denúncias feitas em Fortaleza e Sobral, sobre casos de assédios, estupros e divulgação de fotos intimas de adolescentes, investigações com o mesmo teor no Cariri ganham força.

02/07/2020 | Madson Vagner | Cariri

A grande repercussão das denúncias expostas nas na rede social Twitter, através da rashtags #ExposedFortal e #ExposedSobral, acabaram pressionado as investigações do Ministério Público do Estado (MPCE) nos casos do Cariri, denunciadas na #ExposedCariri. As hashtags trazem, além de exposição de fotos intimas de adolescentes, denúncias de estupro de vulnerável e assédio sexual.

No Cariri, a investigação foi aberta em 4 de junho, a apedido dos promotores Leonardo Marinho, André Simões e Flávio Corte (12ª, 4ª e 13ª promotorias), que solicitaram abertura de inquérito policial pela Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte. São investigados mais de 500 denúncias envolvendo estudantes, professores e empresários.

Aberto sob a responsabilidade do promotor Leonardo Marinho, o caso passou a responsabilidade do promotor André Jácome e da juíza Larissa Braga Costa, da 2ª Vara Civil de Juazeiro. Oficialmente, a mudança é tratada como rotina interna. Por não estar mais a cargo do caso, o promotor Leonardo Marinho preferiu não se pronunciar sobre a investigação.

No dia 25 de junho, o presidente da Comissão de Infância e Juventude do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Otávio Luiz Rodrigues Jr., solicitou a abertura de “Procedimento Interno de Comissão” para investigar a atuação do Ministério Público do Ceará, diante das denúncias feitas em Fortaleza e Sobral.

Apesar da abertura de inquérito pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente da Polícia Civil, logo após a exposição dos casos na imprensa, o Ministério Público do Ceará se manteve em silêncio. O MPCE recebeu prazo de 15 dias para se manifestar sobre os fatos ao CNMP. Em defesa pública, a assessoria do Ministério Público cearense republicou matéria sobre a investigação aberta no Cariri.

Sobre os casos relatados no Cariri, Sobral e Fortaleza, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, disse no Twitter que a investigação já foi iniciada e que todos os relatos serão apurados. “Também estamos atentos ao #exposedsobral e #exposedcariri. Vamos apurar as denúncias. São crimes inaceitáveis e que marcam para sempre a vida dessas garotas”, afirmou o secretário.

No Cariri, a investigação está a cargo da delegada Débora Gurgel, que confirmou a instauração do inquérito é que foram feitas diligencias no intuito de localizar as vítimas. A delegada observa que não houve registros de boletins de ocorrências (BO) sobre os fatos abordados na hashtag envolvendo as denúncias do Cariri.

“Ouvimos outras pessoas e realizamos outras diligências, mas é importante que as vítimas procurem a delegacia pra registrarem a ocorrência, subsidiando assim, a polícia com elementos de informação,” finalizou a delegada Débora. No serviço “disque 180” houve apenas uma denúncia e a pessoa já foi ouvida.

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