
O líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT), saiu do muro e ameaçou romper com “aliados” que votam contra o governo Lula. Segundo Guimarães, eles votam contra a administração petista, mas depois querem cargos, emendas e apoio nas eleições de 2026. “Isso não é bom, não é pedagógico nem é educativo. Isso é malandragem”, disse, em entrevista ao programa Jogo Político, do jornal O Povo, na sexta-feira, 10.
Com as afirmações, Guimarães deixa claro o recado direto ao deputado federal Júnior Mano (PSB), que tem votado contra o governo, que não terá apoio na corrida eleitoral. Júnior Mano se aliou as bancadas do PL, PP e União Brasil, para derrotar o Governo na votação da Medida Provisória que garantiria, em 2026, cerca de R$ 17 bilhões de receita.
A “caça às bruxas” anunciada por Guimarães bate de frente com o senador Cid Gomes (PSB), maior apoiador de Júnior Mano como pré-candidato ao Senado. Guimarães foi direto: “para quem trai, não há perdão”. E concluiu: “Você acha que um deputado que votou a favor de aumentar o número de deputados, para derrubar o IOF, votou a favor da PEC da Blindagem e agora contra os ricos pagarem imposto, isso vai passar impune na eleição? Não tem perigo.”
Guimarães antecipou que, até o final do ano, a limpeza será feita. “O cara fica votando o dia todo contra o governo e no outro dia vai dizer que está tudo bem. Bem coisa nenhuma. Nós vamos passar isso a limpo até o final do ano”, disse. O líder petista não escondeu descontentamento com os colegas de bancada do Ceará que apresentaram “duas caras”.