O deputado federal José Guimarães, maior liderança petista no Ceará, resolveu ‘esquentar o tempo’ entre o seu partido e os aliados do Governo Camilo Santana, também, do PT. Sem meias-palavras, Guimarães usou o plenário da Câmara no dia 8 deste mês para acusar deputados como Aníbal Gomes e Vitor Valim, ambos do MDB, de serem “golpistas”. Apesar da lembrança, rançosa da queda de Dilma, Guimarães quis mesmo foi chamar a atenção para a Reformada da Previdência. Ele acusa os colegas de parlamento de serem a favor da pior chaga que um político brasileiro pode ter nas vésperas de uma eleição. E não podia ser diferente, o ataque causou uma grave crise na base de Camilo, atingindo, inclusive, o vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan, do DEM. Aliás DEM e MDB foram os alvos preferidos de Guimarães.
Equivoco. Ao criticar seus aliados, Guimarães disse que Moroni votaria na Reforma da Previdência. O problema é que Moroni não é deputado, portanto, não vota. Além disso, Vitor Valim já teria declarado ser contra a Reforma.
Crise. Se a intenção foi conturbar a aliança política no Ceará, Guimarães conseguiu. Os ataques irritaram os deputados que prometem troco. Uma linha de confrontos deve ser aberta na base do grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes.
A intensão. Dentro do grupo dos aliados de Camilo, a avaliação é que a aproximação entre Eunício e Camilo reduz as chances de Guimarães disputar uma vaga ao Senado. Então é preciso rifar o MDB para se garantir na disputa ao Senado. Claro, Guimarães nega a intenção.