A operação da Polícia Federal (PF) contra o deputado federal Júnior Mano (PSB), nesta terça-feira, 8, acabou revelando uma investigação mais ampla e que atinge outros três parlamentares cearenses. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, ainda no dia 24 de junho, abertura de investigação contra Eunício Oliveira (MDB), Yuri do Paredão (MDB) e José Guimarães (PT), no mesmo processo sobre desvio de emendas no Ceará.
Júnior Mano é apontado como “operador ativo da engrenagem criminosa”, enquanto os demais são citados por terceiros. Eles não apresentam diálogo ou contato direto com Bebeto Queiroz (PSB), prefeito cassado de Choró, suposto coordenador do esquema que comandava empresas de fachadas. Bebeto está foragido.
O relatório da PF, citado pelo ministro do STF, Gilmar Mendes, indicava a necessidade de uma apuração específica sobre os achados relacionados aos outros três deputados. As informações serviram de base para operação de busca e apreensão no gabinete de Junior Mano, em Brasília, e endereços em outros cinco municípios cearenses. No mesmo documento, o STF abriu investigação sobre a participação de Guimarães, Eunício e Yury no esquema.
Os três parlamentares se pronunciaram em nota. Guimarães disse que não é alvo de inquérito ou investigação para apurar uso irregular de emendas e negou participação no esquema. Eunício informou que destina emendas em dezenas de municípios cearenses “de forma transparente e de acordo com a legislação”, e que ainda não foi notificado dessa eventual apuração. Yury declarou ter “compromisso notável com a transparência e o desenvolvimento do Ceará”.
