Não deu tempo para a oposição de Jardim comemorar o resultado do parecer do Ministério Público Eleitoral, pedindo a cassação do prefeito Aniziário Costa, por abuso de poder político e de autoridade na eleição de 2020. Datado de 23 de fevereiro, o parecer foi derrubado pelo juiz Francisco José Mazza Siqueira, que julgou improcedente o pedido.
Na sentença, o juiz aponta não haver substância nas provas que levem a certeza de que os atos tenham interferido no resultado da votação que reelegeu Aniziário. As denúncias argumentaram que uma visita do governador Camilo Santana para entregar obras, entre elas uma Areninha, teriam favorecido Aniziário na disputa.
Vale salientar, que o prefeito não estava presente ao evento. Para a promotoria, as obras não tinham urgência suficiente para justificar uma entrega em plena campanha eleitoral. O argumento acabou não convencendo o juiz.
Fogo amigo
A denúncia de Jardim contra o prefeito Aniziário foi movida pelo PDT, da candidata Clea Luz, sobrinha do ex-prefeito Fernando Luz. Natural pela efervescência do momento e da disputa, a denúncia trouxe um detalhe a mais. Ela pediu a inelegibilidade do governador Camilo Santana e do deputado estadual Fernando Santana, ambos do PT, por estarem no evento de entrega.
O PDT, mesmo sendo base do governo Camilo, pediu sua inelegibilidade sem qualquer interferência do Diretório Estadual. Na cidade, a divergência histórica justifica o tensionamento. O estranho foi o silêncio ao interferir em uma aliança estadual.
No meio da confusão, claro, o PT de Júnior Coutinho, que articulou, ainda em 2016, a filiação de Fernando e seu grupo ao PDT. Hoje, o PT está alinhado a Aniziário, que inclusive está filiado ao partido. Voltas que o mundo dá.
