Apesar das palavras imparcialidade e isenção se equipararem nos dicionários, insisto que há algo entre elas têm deve ser tratado como diferente. Acredito que parcialidade remete a sentimento, enquanto a isenção nos remete ao limite do ponderável.
Parcialidade é algo que você acredita e defende como o amor, as convicções políticas, uma música queira ouvir, em detrimento a outra, pelo simples fato de lhe trazer boas recordações.
Com a isenção a situação é diferente. Ela trata de algo mais ligado ao seu dia a dia, principalmente profissional. Um árbitro de futebol pode apitar o jogo de um time que torce sem ser imparcial, mas como profissional ele tem a obrigação de ser isento.
No jornalismo todos temos lado. E, por isso, não devemos ser imparciais, mas igual ao juiz torcedor, temos a obrigação de ser isentos. Deve prevalecer o respeito ao leitor, ao ouvinte ou ao telespectador.
Apesar das minhas paixões que me tornam parcial, no exercício do jornalismo, primo por ser isento. Eu prefiro ter lado, pois antes de ser jornalista, sou cidadão. Eu sou pela democracia, defendo a liberdade de expressão, abomino o racismo e não abro mão de ter direitos.
Quem não tem lado não tem opinião e, por isso, não será um motor para o avanço da sociedade. Quem não tem opinião fica fora do debate que transforma.
Madson Vagner – jornalista e escritor