
O áudio do presidente Jair Bolsonaro (PSL), chamando os nordestinos de “Paraíbas” e qualificando o governador do Maranhão como o “pior deles” motivou inúmeras manifestações de repúdio por todo o Brasil. No Cariri a resposta veio em tom de alerta e foi dado pelo Bispo Diocesano do Crato, dom Gilberto Pastana, durante a missa campal em Ação de Graças aos 185 anos de morte do Padre Cícero Romão Batista, no sábado, dia 20 de julho.
Os milhares de fiéis que lotaram o lago da Capela de Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, em Juazeiro do Norte, ouviram um sermão baseado em passagens bíblicas como Êxodos. “O povo de Deus não pode se acomodar diante da morte e da escravidão”, disse, ao lembrar que o povo hebreu se juntou e se libertou do autoritarismo do Egito para recomeçar a vida.
Ao lado de padres e bispos de várias regiões do Nordeste, dom Gilberto lembrou as virtudes do Padre Cicero, destacando sua luta em defesa dos mais pobres. Afirmou que a igreja continua firme na defesa da vida e pediu a todos que se unam contra as perseguições e falsas promessas. “O Padre Cícero é o pavio que ainda fumega e não se apagará,” ressaltou.
Ao final, dom Gilberto foi direto ao orientar sobre posturas políticas para o momento que vive o país. “Nós não podemos apoiar leis que matam, que favoreçam à morte. E não pensem sozinhos, pensem sempre comunitariamente”, aconselhou.