Câmaras do Crajubar vivem crises durante recesso parlamentar

As câmaras de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha estão vivendo momentos de crise, mesmo estando em recesso parlamentar.

21/01/2021 | Madson Vagner | Cariri

As câmaras de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha estão vivendo uma situação atípica. Os três legislativos estão de recesso e vivendo uma grande efervescência política. Crises com o Executivo, abertura de investigação interna e tensão entre oposição e situação estão sendo percebidos durante o recesso parlamentar que vai até o início de fevereiro.

A Câmara do Crato se prepara para responder a investigação do Ministério Público do Estado (MPCE), que deve iniciar nos próximos dias. Um projeto de lei do ex-vereador Pedro Alagoano é alvo da investigação. Ele trata da desafetação de uma área de preservação ambiental, que autoriza a permanência de construções as margens de rios como o Batateiras.

Aprovado em 28 de dezembro de 2020, o projeto foi vetado pelo prefeito, Zé Ailton Brasil (PT); mas teve o veto derrubado pelo Legislativo. Em meio à crise, um grupo de padres liderados por José Ricardo Sales, pároco no distrito de Ponta Serra, questionaram a aprovação do projeto.

Os padres enviaram uma carta/manifesto à Comissão de Meio Ambiente da OAB/Crato que, por sua vez, acionou Centro Operacional de Meio Ambiente do Ministério Público (Caomace/MPCE), em Fortaleza. O Caomace já autorizou o início da investigação.

O padre José Ricardo, assegura que essa é uma preocupação do clero diocesano do Crato. “Nós sabemos dos transtornos que a decisão irá causar,” disse. Ainda segundo o padre, há ausência de estudos técnico e de discussão ampliada com a comunidade.

O presidente da Câmara, Florisval Coriolano, disse que os vereadores estavam apenas corrigindo um problema existente. Segundo Florisval, cerca de 100 famílias já residem na área e não tem como deixar o local. Outras construções estariam proibidas.

Na Câmara de Barbalha, a crise envolve os próprios vereadores. A tensão foi criada após o anúncio do presidente da Câmara, Odair Matos (PT), de devolver R$ 80 mil para o Executivo. Vereadores de oposição questionam a medida que teve o anúncio feito em uma live nas redes sociais.

O líder da oposição, Rildo Teles (MDB), disse que a devolução será apurada. A tendência é que seja pedido uma auditoria nas contas da Casa nos últimos anos. Rildo disse que o repasse da Câmara não aumentou significativamente e os gastos não diminuíram de forma considerável. O vereador questiona por que a medida não foi tomada em anos anteriores.

Rildo avalia o anúncio como espetáculo político. “Não pode ser visto como feito histórico é uma obrigação do gestor ter responsabilidade com o recurso público,” disse.

O vice-presidente da Câmara, André Feitosa (PSB), disse que a economia é fruto de despesas que não foram feitas em 2020. André cita investimentos em infraestrutura e a aquisição de tecnologias em anos anteriores. Neste ano, o vereador diz que houve, entre outros, economia com viagens.

Em Juazeiro, a crise é entre os poderes. O presidente da Câmara, Darlan Lobo (PTB) e outros 14 vereadores assinaram documento pedindo a exoneração de dois secretários da gestão do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) por motivos políticos.

O secretário de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Diogo Machado, é questionado pelo parentesco com o empresário Gilmar Bender, doador da campanha de Glêdson. A secretária de Saúde, Francimones Albuquerque, seria suspeita em investigação na cidade de Cajazeiras (PB), onde foi secretária da mesma pasta. O documento não traz qualquer comprovação.

A expectativa é que com o retorno das atividades as discussões ganhem corpo ao confrontar opiniões emitidas nos plenários. Nas câmaras de Crato e Barbalha, a volta aos trabalhos deve acontecer no dia 1º de ferreiro. Em Juazeiro, as atividades serão iniciadas em 2 de fevereiro.

(Fonte: Jornal do Cariri).

Relacionadas:

Topo