Na pandemia, movimento pede fim do isolamento em Juazeiro; Câmara e CDL não apoiam

Organizado pelo grupo político Direita Conservadora do Cariri, um movimento em Juazeiro do Norte tenta pressionar pelo fim do isolamento social e a reabertura do comercio.

08/05/2020 | Madson Vagner | Cariri

Um grupo de empresários tenta pressionar o Governo do Estado e a Prefeitura de Juazeiro do Norte pelo fim do isolamento social e a reabertura do comércio e da indústria. O movimento, organizado pelo grupo Direita Conservadora do Cariri, segue orientação nacional e tem agendado carreatas e manifestações em praça pública.

Apesar de agendadas, as carreatas e manifestação enfrentaram a resistência dos órgãos de segurança. Marcada para último fim de semana, na Praça José Hilânio (Lá Favorita), no bairro Lagoa Seca, uma manifestação foi cancelada pelo Demutran (Departamento Municipal de Transito). A alegação foi o grande potencial de aglomeração.

No dia 23 de abril uma carreata chegou a percorrer algumas ruas da cidade. O protesto teve buzinaço e palavras de ordem contra o governador Camilo Santana (PT) e o decreto que determina restrições sociais em todo o estado para combater a disseminação do coronavírus (Covid-19).

Durante a carreata, agentes do Demutran, com auxílio de policiais militares e Guarda Civil Metropolitana, dispersaram os carros. Segundo a agente do Demutran, Claudia Barbosa, o ato desobedecia o decreto, com força de lei, e os participantes foram aconselhados a retornar as suas casas.

A organização do movimento tenta ainda se articular politicamente para que a discussão chegasse à Câmara. Os vereadores Capitão Vieira (PTB) e Domingos Borges (Cidadania), falaram sobre o tema. Damian de Firmino propôs apenas a reabertura das Igrejas.

Vieira Neto pediu a formação de uma comissão para estudar a possibilidade de retorno gradativo aos trabalhos a partir deste mês de maio. O decreto do Governo termina neste dia 5 de maio e, segundo informações, há expectativa de reedição sem qualquer flexibilização.

O vereador disse ter sido procurado por comerciantes e faz um alerta: existem setores retornando sem autorização e sem os devidos cuidados. A comissão seria composta por representantes das secretarias de Saúde e Desenvolvimento Econômico, CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), empresários, trabalhadores informais e Câmara de Vereadores.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Michel Araújo, aponta motivação política no movimento ligada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Vice-presidente da CDL de Juazeiro, Michel garante que não há pressão dos lojistas.

Na avaliação do secretário a maioria dos empresários está consciente e, segundo ele, a Federação das CDL participa do Comitê estadual de combate ao coronavírus e foi quem provocou a prorrogação do decreto.

Michel diz que é empresário e seu negócio está fechado. “Não há situação simplista. Não temos educação, haja visto as aglomerações nos bancos,” disse. Para ele, é importante perguntar ao empresário que quer a abertura, se ele vai para frente do seu comercio ou se vai colocar sua família. Sobre a formação da comissão, Michel informou não ter recebido nada.

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