Articuladores do Planalto garantem que o presidente Lula não descarta a indicação das candidaturas dos ministros da Educação, Camilo Santana, ao governo do Ceará, e da Fazenda, Fernando Haddad, ao governo ou senado por São Paulo. As conversas com Camilo e Haddad devem acontecer em janeiro de 2026. Os encontros foram confirmados pelo próprio Lula, em coletiva de imprensa no dia 18.
O presidente assinalou que pretende ter conversas para definir as saídas dos ministros, em desincompatibilizações que devem acontecer em abril para ficar à disposição do partido. “Vou sentar com Camilo, vou sentar com todos os ministros, eu sei que tem muito candidato. Vou sentar para saber o que pretendem fazer”, disse. A declaração reacende a possibilidade de Camilo disputar o governo do Ceará no lugar de Elmano de Freitas.
Em entrevista ao O Globo, Camilo afirmou que o governador Elmano é o candidato à reeleição. “Eu não sou candidato. O Elmano tem sido um grande governador. Ele tem direito à reeleição e está bem avaliado”, disse Camilo, mas acrescentou: “Mas claro que política é dinâmica”. Na base de Elmano há o entendimento de que, a depender do cenário da disputa, Camilo pode ser acionado para concorrer a um terceiro mandato de governador.
Resistência:
Caso Camilo decida concorrer a um terceiro mandato, poderá enfrentar a resistência do senador Cid Gomes, principal aliado do atual projeto que governa o Ceará. Em entrevista ao talk show Ivo Mil Graus, dia 4, Cid avaliou que o presidente “Lula não deveria ter recorrido ao terceiro mandato, muito menos ao quarto mandato”.
A avaliação deixa clara a posição de Cid com relação a um terceiro mandato, no caso, para Camilo. Em entrevista recente, Cid reafirmou ainda que será candidato ao governo por ter compromisso pessoal com a reeleição do governador Elmano. Cid não falou em compromisso com o PT; ou seja, caso Elmano não seja o candidato, Cid estará liberado do compromisso.


