Uma aliança, no mínimo improvável, se pensada em nível nacional, está sendo construída no município de Petrolina, em Pernambuco, para as eleições deste ano. O deputado federal Wolney Queiroz, líder do PDT no estado, prepara uma intervenção no diretório do município para garantir apoio à reeleição do prefeito Miguel Coelho (MDB).
A articulação expõe uma disputa interna entre Wolney Queiroz é o, também, deputado federal Túlio Gadelha (PDT), que indicou a atual direção do partido em Petrolina. Túlio mantém o discurso de não fortalecimento à base de Bolsonaro no município, mas tem sido vencido pela boa articulação de Wolney da direção estadual.
Filiado ao MDB, Miguel Coelho é filho do senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Bolsonaro no Senado. Fernando Bezerra foi ainda ministro da Integração Nacional durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Os dois governos são constantemente criticados pela maior liderança do PDT, o ex-candidato a presidente Ciro Gomes.
Filiados do PDT em Petrolina, que não concordam com a aliança, ameaçam apelar a Ciro para barrar a articulação. Ciro tem criticado, sistematicamente, o presidente Jair Bolsonaro mas, se a aliança for confirmada, pode compor o palanque do líder bolsonarista. Em Petrolina, a presença do próprio Bolsonaro no palanque do prefeito Miguel, não é descartada.
Além de Ciro, o enfrentamento ao governo Bolsonaro é feita por toda a cúpula do PDT. Em junho deste ano, o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, disse em entrevista ao Jornal Correio Brasiliense que se família Bolsonaro for investigada com profundidade, “não fica pedra sobre pedra”. No dia 20 deste mês, o senador Cid Gomes pediu “respeito” e chamou de “mentiroso” o ministro da Economia, Paulo Guedes, qualificando de “desgoverno” a gestão Bolsonaro.
Segundo informações, a direção nacional do PDT não tem conhecimento da aliança em Petrolina.
NA MIRA DA JUSTIÇA. Investigados por possível desvio de recursos de obras públicas entre os anos de 2012 e 2014, o senador Fernando Bezerra Coelho e seu filho, o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho, tiveram uma derrota no Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira, 24.
Acusados de receber R$ 5 milhões em propina de obras, o senador e o deputado pernambucanos, foram alvos de operação da Polícia Federal (PF), com buscas e apreensões nos gabinetes na Câmara e no Senado.
No caso do senador Fernando Barroso Coelho, o Senado entrou com ação, junto ao STF, pedindo a anulação da busca e apreensão no gabinete do integrante da Casa. O ministro do STF, Dias Toffoli, negou o pedido para anular a operação da PF. Pai e filho negam envolvimento em irregularidades.