Vice-prefeito de Granjeiro denuncia compra de vereadores para abafar investigação

Segundo Ticiano Tome os vereadores estariam comprados pelo prefeito João Gregório (PSD) para abafar o escândalo da Operação Bricolagem.

16/07/2019 | Madson Vagner | Cariri

O vice-prefeito de Granjeiro, Ticiano Tome (PSDB), resolveu quebrar o silêncio ao denunciar seis dos nove vereadores da Câmara Municipal. Segundo Ticiano ele estariam comprados pelo prefeito João Gregório (PSD) para abafar o escândalo da Operação Bricolagem, que investiga desvio de verba no município.

Para Ticiano, a verdade é que os vereadores da situação não são vereadores do povo; são do prefeito. “Digo e comprovo: ele [prefeito] dá uma mesada de R$ 1 mil reais a cada vereador para eles se calarem,” afirmou. E completou: “basta ver que diante de tudo que está acontecendo, os vereadores sequer colocam em pauta o assunto. E quando há qualquer debate sobre isso, eles encerram a sessão,” disse.

“E pra quem tem dúvidas, eu comprovo porque já recebi a mesma ajuda de R$ 1 mil reais por três meses, mas desisti de receber. Me perguntei se estava recebendo uma ajuda ou estava me vendendo,” relato Ticiano. “O valor do vereador de situação é R$ 1 mil reais e o povo, desculpe a palavra, que se lasque,” desabafou.

Segundo Ticiano, os únicos fora da lista do prefeito João Gregório, são os vereadores Bebeto de Manteiguinha, Cicero Monga e Waltemar, que assumiu recentemente no lugar de Bebeto Dias. “A própria investigação mostra que foram movimentados R$ 26 milhões e para algumas mentes fracas esse dinheiro pode encantar,” ressaltou.

Apesar de denúncia, Ticiano disse não ter pretensão de se tornar prefeito. “Não por uma questão de não amar a cidade e o povo, mas por tudo que tem acontecido,” disse. Ticiano é filho do ex-prefeito Vicente Tomé.

Sobre ter passado para oposição, o vice-prefeito disse que, ainda no início da administração tentou manter diálogo com o prefeito. “Das poucas vezes que tive esse diálogo, propondo concertar alguma coisa dentro da cidade, a frase que ele me dizia era que precisava que ajudasse ele. E que não poderia me ajudar a ajudar o povo,” disse, ressaltando que chegou a pedir para assumir para mostrar como se faz.

Sobre as investigações, Ticiano disse que inicialmente não acreditou, mas com o andamento tudo foi se revelando. “Quando resolvemos apoiar o prefeito acreditávamos na boa índole dele; apesar de algumas pessoas e a relutância de eleitores de votarem nele,” disse.

Ticiano finalizou informando que policiais federais estariam monitorando a administração cotidianamente para colher provas. O vice-prefeito disse acreditar que a estratégia é para fortalecer o inquérito que investiga o caso e que acredita que a Polícia Federal está fazendo o melhor possível.

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